Camilo é quem estampa a nova edição da GQ México deste mês. O colombiano, que mora nos Estados Unidos com a família, surpreende com a relevância que alcançou nos últimos dois anos.
O primeiro álbum, Por Primera Vez, lançado em 2020, recebeu uma indicação ao Grammy Awards como Melhor Álbum Pop Latino, enquanto o single Tutu, com Pedro Capó (um dos primeiros singles lançados) ganhou Melhor Música no Grammy Latino.
Agora, com o segundo disco Mis Manos, Camilo reflete sobre o próprio sucesso e a maneira de criar suas canções. Quem o acompanha, já sabe que a sua inspiração maior é Evaluna, sua esposa. “Ela é a fonte da minha inspiração e não me canso de escrever sobre seu cheiro, seu perfume, suas texturas, seus sons, a maneira que eu a olho e a aprecio”, disse à GQ.
Questionado sobre sua escrita e se tem o costume de escrever cartas, o artista revelou que é justamente delas que acaba tendo algumas respostas. “Um ponto super claro: estou para lançar uma música e me dá muito medo, talvez porque seja um tema diferente e não se sabe como as pessoas vão reagir.
Então, às vezes você pensa que esse medo é único, que é a primeira vez que o sente, mas quando vai ler seu diário, percebe que há um ano e meio estava escrevendo uma carta que dizia: “estou para lançar uma música e tenho medo porque é muito diferente’, logo você percebe o resultado que teve e aí tem as respostas.”
A verdade é que o artista teve esse medo e receio de lançar canções que, no fim das contas, o levaram ao lugar que ele ocupa hoje em dia. Tutu com Pedro Capó era algo muito pessoal e ele não sabia se as pessoas entenderiam. Bebé, com El Alfa, uma bachata, algo totalmente fora do que ele costuma fazer. Vida de Rica, que caminha pela cumbia, também foi questionada.
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Para muitos, Camilo alcançou um nível de fama de maneira “repentina”, sempre compartilhando muitos momentos do cotidiano nas redes sociais, e por isso ele costuma ser alvo de críticas negativas. “Antes doía menos”, revelou sobre os comentários.
“Muitos não importam para mim, mas há alguns que falam mais sobre mim do que quem os faz. Não o comentário em si, mas a maneira que dói em mim. Acho que me machucaram por estar de olho em algo que está me distraindo do que me edificando. Eu gosto das críticas humanas, quando alguém diz na sua frente: ‘Cami, escutei seu álbum pela primeira vez e ficou faltando uma coisa’. Mas quando eles não tem rosto, quando vem de um [user] ‘arrocito1428’, que diz ‘você é um artista de merda’, não me machuca tanto. Mas também procuro assimilá-los com amor e aprender com eles, embora preste mais atenção a quem diz com o coração e com um rosto”.
O gênero urbano também é um fácil alvo de críticas àqueles que acreditam que reggaeton ou o funk, por exemplo, não são músicas de verdade. “O gênero urbano me abriu portas para tudo que sou e estou vivendo hoje”, reconheceu.
“Por ele comecei como compositor e produtor até ter um lugar na indústria latina. E foi justo com os padrões e sons típicos do gênero urbano que meu catálogo alcançou a globalidade. Nesse álbum Mis Manos, exploro muitos sons desse estilo, então nada mais do que gratidão e honra por fazer parte disso, por participar e conviver com ele. Claro, cada ritmo tem grandes coisas e elementos que sempre podemos melhores, mas isso acontece com todos os gêneros”.
Além da entrevista, Camilo também participou de um vídeo onde responde, rapidamente, as perguntas que mais procuram sobre ele na internet.
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