Talvez você saiba a história toda, talvez só um pouco e talvez você não saiba os motivos da celebração LGBTQIA+ acontecer no mês de junho e tudo bem, pois a história começou lá atrás e às vezes não dá pra gente saber tudo mesmo. Mas agora é hora de você ficar por dentro. Vamos por partes, certo?
Madre mía, quanta letra!
O primeiro termo usado foi GLS e, dependendo da década que você nasceu, já deve ter visto por aí. Elas significam: Gays, Lésbicas e Simpatizantes. Depois de alguns anos, entendeu-se que ela acaba excluindo diversas outras orientações sexuais.
No Brasil, o termo LGBT – incluindo então bissexuais, travestis e transsexuais – foi aprovado em 2008. Mas, de lá pra cá, as letrinhas aumentaram e muito. Hoje, é considerado internacionalmente como termo completo: LGBTQQICAPF2K+. Muita coisa, né?
A discussão dentro do movimento é que todas essas letras podem incluir grupos que não representam a causa – além de ser bem grande, claro. Afinal, o que cada uma delas significa?
LG – Lésbicas e gays (sentem atração física, afetiva e sexual por pessoas do mesmo gênero);
B – bissexuais (sentem atração afetiva, física e sexual por pessoas de ambos sexos e gêneros);
T – travestis (nasce no sexo masculino, mas se identifica com o gênero oposto) e transsexuais (não se enxergam no gênero que nasceram e passam pela transição de gênero);
Q – queer (se indentificam com todas orientações e gêneros, sem se encaixar em um determinado);
Q – questionando (sim, quem não sabe qual sua identidade ou orientação sexual também está representada na sigla);
I – interssexo (não se encaixam 100% nas definições tradicionais de sexo masculino/feminino);
C – curioso (quem tem curiosidade de experimentar, mesmo tendo certeza do que é);
A – assexual (não sentem atração sexual por ninguém, mas sentem atração física e afetiva);
P – pansexual (sentem atração independente do gênero da pessoa) e polissexual (sentem atração por muitos gêneros, mas não todos);
FA – familiares e amigos (sim, quem apoia, respeita, dá carinho também está na sigla, como parceiras);
2/T – two spirit (americana, é direcionada a uma identidade indígena bem antiga que acreditam ter os espíritos masculinos e femininos);
K – kink (em inglês significa fetiche, ou seja, pessoas que tem fetiches);
Ufa! Você não precisa falar todas letras, mas usar LGBT/LGBTQ+ ou LGBTQI+, é o mais indicado.
Tá, mas por que 28 de junho?
Nos anos 1960, batidas policias que usavam de brutalidade e abuso de autoridade eram comuns em bares frequentados por LGBTs, com objetivo de coagir as pessoas.
No dia 28 de junho de 1969, em Nova York, o oficial da Divisão de Moral Pública, Seymour Pine, acompanhado de guardas disfarçados, invadiu o bar gay Stonewall Inn. Entretanto, nesta noite, as coisas foram diferentes do habitual. O transporte de presos demorou para ser feito e uma multidão de apoiadores e outras pessoas LGBTs começou a crescer na frente do bar. Com o passar das horas, o número de pessoas só foi aumentando, o que fez com que os policias ficassem cercados, sem se mexer, por cerca de 45 minutos por medo de represália.
Uma mulher algemada foi escoltada para fora, mas ao conseguir se soltar, incitou o publico ali presente. Em poucos minutos o protesto começou, dando início ao confronto violento entre polícia e LGBTs e apoiadores. Foi necessário acionar a Força de Polícia Tática da cidade para dispersar a multidão, que só foi embora totalmente por volta das quatro da manhã.
Como acontece atualmente, no dia seguinte, muita gente já sabia do ocorrido e outras manifestações aconteceram naquele mesmo local, se espalhando por outros pontos da cidade. Esses eventos levaram às primeiras paradas LGBTs de Nova York. A primeira marcha aconteceu, oficialmente, em 1970, um ano depois, oficializando a data em outros países também.
No Brasil, é importante destacar o Lampião da Esquina, primeiro jornal homossexual do país, que ficou em circulação entre 1979 e 1981. Em suas páginas, discutia-se temas relacionados à homossexualidade de forma bem humorada e política, além de denunciar abusos cometidos pela ditadura militar contra pessoas LGBTs.
Portanto, junho passou a ser um mês inteiramente dedicado ao Orgulho LGBTQ+, com pautas e discussões sobre os temas. O dia 28 de junho, precisamente, é celebrado mundialmente como Dia do Orgulho LGBT+.
Artistas latinos que são LGBTQ+ e/ou apoiam publicamente a causa
Há quem diga que “hoje em dia todo mundo é gay”, como se fosse uma “moda”. Quem diz isso, não reflete que todas as pessoas que tem falado abertamente sobre sua sexualidade tinham medo e, hoje em dia, é um pouco mais fácil de falar sobre o assunto.
Portanto, quando um artista conta para fãs e, consequentemente, para o mundo, que é LGBT+, é motivo para celebrar e falar sobre. É um ato de coragem de ser quem se é, não necessariamente com um determinado rótulo, mas sim com o abandono do medo de, simplesmente, viver.
Recentemente, Pablo Alborán fez um vídeo falando publicamente, pela primeira vez, que é gay. A vida segue normal, certo? A única diferença é que agora o espanhol é livre, como queria que fossem suas canções – e assim é.
Quando Ricky Martin revelou sua sexualidade publicamente, há dez anos, não se falava de outra coisa. Bom, a época, ainda que não tão longe, era outra e o cantor contou em 2018 que não falou antes pois tinha medo. “Olho pra trás e penso: ‘quantas vezes Barbara Walters me perguntou se eu era gay… Por que não disse ‘sim’?’. Mas não estava pronto, vivia com uma homofobia internalizada. Minha família e amigos sabiam, mas não queria que fosse algo público”.
Em contrapartida, Alba Reche sempre falou abertamente sobre sua bissexualidade (a diferença nas gerações). “Entendo que há pessoas que digam que não é necessário [noticiar que alguém é LGBT], mas para muitas talvez seja algo favorável (…). Te dá liberdade para se apresentar ao público exatamente como é”.
Sem dúvida, há muitos outros artistas latinos LGBTQ+ que falam publicamente quem são – e, talvez, alguns que ainda não querem, sentem necessidade ou qualquer o outro motivo. E há, também, àqueles que são héteros mas importantes porta-vozes sobre a tolerância, respeito e apoiadores da causa LGBTQ+.
Danna Paola, por exemplo, lançou recentemente a música TQ y Ya, que celebra justamente o amor da forma que ele é, feita para o Mês do Orgulho LGBTQ+.
A dupla Jesse & Joy também lançou um vídeo especial para o mês com a faixa Love (Es Nuestro Idioma). Joy Huerta, inclusive, é assumidamente lésbica e, com sua esposa, é mãe da pequena Noah.
Enfim, representatividade, aonde quer que seja, é importante e merece ser valorizada. Então, agora que você já sabe a história por trás do Mês do Orgulho LGBTQ+, você pode curtir a live da Pabllo Vittar com váários artistas latinos, às 17h!
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