No último dia 20, a banda mexicana Zoé lançou Sonidos de Karmática Resonancia, um álbum que foi construído em duas etapas e, portanto, com percepções modificadas.
Não é fácil criar um álbum, ainda mais sendo uma banda, durante a pandemia, mesmo sendo um dos maiores grupos do rock latino-americano. Zoé soube usar as questões, medos e aflições que surgiram neste momento nas canções que dão forma ao novo material. “Parece uma tradução muito honesta dos nossos pensamentos, das nossas ideias e da nossa criatividade no estúdio, enquanto do lado de fora tudo continuava a desmoronar”, disse Rodrigo Guardiola, baterista, ao Metro.
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“Gravamos as últimas seis faixas em duas semanas, com muita energia, mas acima de tudo, com uma felicidade inexplicável por estarmos juntos de novo. Naquele momento, nossa mentalidade já havia mudado sobre o que vivenciamos, e foi então que a essência do álbum se transformou”, explicou.
São mais de 20 anos de carreira e mais de dez álbuns, eps e regravações no currículo, mas Sonidos de Karmática Resonancia pode ser considerado um trabalho bem especial. “Foram duas etapas, uma antes do isolamento e outra quando pudemos nos reunir no estúdio de novo, em dezembro”, explicou o vocalista Leon Larregui ao site La Viola. “Quando nos reunimos, percebemos que havia semelhanças nas novas ideias que surgiram nesse tempo que ficamos distantes, nas notas musicais, nas batidas e no tempo das melodias. Percebemos que, seja juntos ou separados, nós temos uma única maneira de trabalhar. É como carma.”
“Zoé é uma banda experimental, muito livre, não temos regras na hora de criar”, explicou Guardiola. “Quando começamos a produzir, deixamos as ideias fluírem e nos guiarem. Então, quando começamos o processo desse álbum, não sabíamos se seria calmo, caótico ou energético. Nesse sentido, vejo como um álbum sereno, carregado de curiosidade e direto no tocante a temas existenciais”.
Produzido pela própria banda e Craig Silvey, que já trabalhou com Arcade Fire e Artic Monkeys, por exemplo, o novo trabalho tem dez faixas que não só representam as questões existenciais do momento atual, mas também as influências. “São aqueles sons que marcaram quando nós sonhávamos em nos dedicar à música. Há coisas inspiradas em Soda Stereo e The Cure, por exemplo. É uma reminiscência dos primeiros álbuns de Zoé também. Passado e presente”, finalizou Larregui.
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